A ascite, popularmente conhecida como barriga d’água, é a mais frequente manifestação da cirrose hepática na fase de descompensação.
Caracteriza-se pelo acúmulo de líquido na cavidade abdominal, que ocorre devido à retenção de sódio e consequentemente de água.
O paciente começa a perceber um aumento do volume abdominal, um crescimento da barriga. Em alguns pacientes, esse início da ascite causa desconforto na barriga, com distensão abdominal, e uma certa sensação de intestino parado, uma certa indigestão.
À medida que a ascite vai aumentando e ficando volumosa pode causar perda do apetite e até mesmo desconforto respiratório.
Em alguns casos, pode ocorrer inchaço nas pernas acompanhando o quadro.
A ascite é detectada por exames de imagem como a ultrassonografia, a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética do abdome.
Quando ela é volumosa, o médico consegue identificá-la através do exame físico.
A ascite pode ser classificada como:
Leve:
O acúmulo do líquido só é percebido por exames de imagem.
Moderada:
Quando já é percebida através do exame físico. Durante a palpação abdominal, o médico observa sinais típicos.
Intensa:
Quando se nota um abdome que além de volumoso também é tenso à palpação. Esse grau de ascite também pode causar dificuldade para respirar devido ao prejuízo da expansão do diafragma.
O tratamento da ascite depende da sua intensidade. Mas, para todos os casos, a dieta com pouco sal sempre é indicada.
Como é o sódio que faz reter o líquido, a dieta hipossódica ajuda a diminuir essa retenção.
Sempre é importante enfatizar que não é necessário restringir líquidos na dieta. A ingestão de água é importante para prevenir complicações renais na ascite.
Na forma moderada, além da dieta com pouco sal, são prescritos diuréticos com o objetivo de redução e controle da ascite. Lembrando que os diuréticos devem sempre ser prescritos pelo médico, nunca use por conta própria. Eles podem causar insuficiência renal, elevação de potássio e redução do sódio do sangue, além de precipitar encefalopatia hepática.
Na ascite volumosa, somente a dieta e o uso dos diuréticos não são mais suficientes para o seu controle. É necessário a retirada do líquido ascítico através de um procedimento chamado paracentese de alívio.
Alguns pacientes não têm resposta com as doses máximas de diuréticos, ou apresentam alguma complicação com o uso do medicamento, inviabilizando o seu uso. Nesses casos, o tratamento baseia-se apenas na dieta hipossódica e paracenteses programadas.
A ascite pode evoluir com algumas complicações como :
1- Infecção do líquido ascítico.
2- lesão renal aguda
3- Hérnias abdominais
Se você tem ascite, procure um hepatologista. Ele é o profissional mais preparado para cuidar de você.
Dra Carla Andrea T. de Holanda
Hepatologista e Gastroenterologista
CRM-DF: 16045